30.7.06

Entrelinhas; entreluzes...

Há algo a ser dito e as palavras para tal expressão não foram construídas. A sutileza que ronda a realidade despertada é quase nada de matéria conhecida. Entretanto a força com que me pressiona a alma é tanta, que surpreende-me não gerar novos códigos capazes de materializá-la.
Vou ficar assim impedida de buscar o recurso da linguagem; vou fazer a ronda ao que sinto, protegê-lo do inimigo que pode destruí-lo na tentativa de dizê-lo. É da sua natureza não ser dito, correndo o risco de morrer, se confinado nas palavras.
Algo se amplia de tal forma que expande os instrumentos de percepção usados até agora. Vou embora, então, e fico nos espaços reservados ao que não se fala. Respiração, coração, olhares e sentimentos... Tudo é pouco pra o momento. Reinvento-me no éter. Alguma coisa recebe o sopro do universo. Não quero nem tentar dizer pra não perdê-la, pra ficar perto.

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