23.12.10

FELIZ NATAL!


“Se tens amigos, busca-os. O Natal é encontro.

Se tens inimigos, reconcilia-te. O Natal é paz.

Se tens pobres ao teu lado, ajuda-os. O Natal é dom.

Se tens soberba, sepulta-a. O Natal é humildade.

Se tens pecado, converte-te. O Natal é graça.

Se tens trevas, acende teu farol. O Natal é luz.

Se tens tristeza, reaviva a tua alegria. O Natal é gozo.

Se estás no erro, reflete. O Natal é verdade.

Se tens ódio, esquece-o. O Natal é amor.”


Autoria desconhecida

14.12.10

Entre Aspas


Há alguém dentro de mim que fala
Revela segredos que desconheço
Ama com uma obstinação imperiosa
Teima com os que ignoram seus sonhos
E chora a perda de um amor sem fim.
Essa pessoa ri de mim
Do pragmatismo com que mascarei a minha vida
Com a rotina massacrante que estabeleci
E com as buzinas que violentam os meus ouvidos.
Há alguém dentro de mim
Com risadas dobradas de criança
Que pega picula com um amor eterno
Que por vezes se esconde pra brincar com ela.
Esse alguém acorda todo dia esquecido das lembranças doloridas
E investe em sentimento como se vivesse o primeiro amor
Sonha com tudo com o que já sonhou
Como se fosse o seu primeiro plano.
Algumas vezes me pego a repetir suas palavras
A rir suas risadas
E a sonhar com um mesmo amor.
Peço-lhe licença pra sonhar seu sonho
Repetir palavras
Acordar pra vida
E amar pra sempre
Como se fosse a primeira vez.

7.12.10

Desejos...!



Atendendo ao desafio da blogueira Sandra Portugal a quem tive o prazer de encontrar nesse universo virtual, vai aí os meus desejos para 2011. Querida, acho que extrapolei em quantidade, e ainda me contive!Obrigada pelo carinho. Espero que goste.

Desejo desejar mais
Querer mais
E saber querer.
Desejo aprender a viver
Com o que de mim difere
E oferecer flores a quem me fere
Pra o fazer florescer.
Desejo cantar em todas as estações
Em todas as direções
Produzindo alegria
No meu e em outros corações.
Desejo amar sem razões
E por todas.
Ir mais além do que penso ser possível
Enxergar o invisível
Realizar, realizar, realizar...
Desejo ser gentil comigo
Com meus amigos
Com os nem tanto assim...
Desejo muita gente afim
Dizer sim à vida
Dizer não à evitável dor..
Desejo ser saudável
No corpo,na mente e no coração.
Soltar minha criança
Dançar com o tempo
Voar com o vento
Ter muito tesão!
Desejo aquietar
Serenar a mente
Viver simplesmente
E não mais desejar.


26.11.10

Eterno



Não te vais de mim
Assim eu sinto.
Giras em torno desse sentimento omisso
Persistindo em acompanhar as mudanças do tempo.
E o tempo?
Dá voltas em torno de ti
Estonteia-te e te devolve ao mesmo ponto em que paraste.
Não me vou de ti.
Assim eu sinto.
Giro em volta do tempo dançando com a dor e a saudade
Dos dias e noites em que dancei contigo.
E o tempo?
Brinca comigo, ri do que sinto e passa...
O tempo passa alheio ao meu e ao teu conflito.
O tempo passa girando, levantando poeira, transformando tudo.
Mas o meu amor se esconde do tempo e do vento
E escondido chora ao te ver passar

18.11.10

Longa Estrada


O que alguém
Vai querer de alguém
Senão saber quem é quem
De onde vem
Sua força de viver
O que quer ser agora
Até crescer
E deixar de ser
O que pediram
Sem saber...

O que eu vou querer saber de você
Se nada sei de mim
E sigo assim
Completando o tempo
Com um falso viver
De querer ser
O que não sou
Só pra ganhar
O que não é meu?

O que você vai querer
Saber de mim
Se não souber de você
Se compreender
Pra não tomar como seu
O que é meu
Sem perceber...?

O que um ser vai querer
Senão crescer com o que é
Com o que guarda
Da sua caminhada
Nessa longa estrada
Do viver.

13.11.10

Noutra Estação



Fujo de ti
Vejo rastros onde passo.
Foges de mim
Sigo-te sem sentir.
Na imensidão que cobre a vida
Toda lágrima contida
Quer cair.
São teus os olhos que contemplam o sol partindo
E quando ele nasce
São teus olhos que se abrem pra louvá-lo.
As estrelas noticiam sonhos tristes
De um inverno sem previsão pra se acabar.
Mesmo assim brilham as estrelas!
Misturam tempestades com o amanhecer
E as nuvens vão cobrindo o que eu não posso ver.
Mas enxergo além das nuvens.
Quem é você?
Ser atônito
Invisível aos próprios olhos
Palpável, tangível nos meus sonhos crus
Que me elevam e derrubam toda porta que escavo
Que soterram a luz do dia quando acordo.
Há um ponto de luz no infinito
Há uma voz aliviada pelo grito
Há um ponto de encontro mais bonito
Que aquele pelo ego construído.
O presente que ofereci
Foi-se no vento.
Flutua no ar alheio ao tempo.
As mãos do tempo vão guiá-lo às tuas mãos
Quando não houver mais razão para fugir
Quando as estrelas já puderem dormir
E o inverno adormecer noutra estação.

5.11.10

(Sem) Saída




Como me alegro ao acordar ouvindo pássaros
Como me acalmo quando passo por jasmins
Como me perco em luas cheias e estrelas
Assim também vou te enxergar dentro de mim.

Como suspiro ao viajar em melodias
E me distraio com as nuvens lá no céu
Como amanheço contemplando o novo dia
Enxergarei você assim por trás do véu.

Só na distância
Posso dar o que não sentes
Nem tens espaço pra conter
O que inundou.
Só na ausência posso me tornar presente
Sem correr riscos de ferir tudo que sou.

Vou me partindo de você
E me partindo
Em mil pedaços para suportar a dor
De caminhar sem ter você no meu destino
Mesmo sabendo
Do infinito desse amor.

30.10.10

Busca




Procuro a palavra sã
Que recebeu alta do divã da vida
A palavra rente com o sentimento
Propícia ao momento
Livre e inofensiva como o vento.
Procuro essa palavra
Pra seguir viagem rumo a mim
Sem me sentir assim
Prenhe de silêncios.

9.10.10

Por que o urubu é da cor do quadro negro?


Não espere muito de mim agora. Espere nada. Não espere. Nem eu espero. Não espero mais por mim. Vou-me vivendo sem espera na esfera vida. Não há mais tempo pra espera. O tempo destempera o tédio em movimento ininterrupto de sonho vívido, vivido, sentido visceralmente. Aumente o som: a vida começou no meio. Há que se dar a essa cena começada um status de estréia de horário nobre. Tem que se buscar nobreza de conto de fadas, mas não se pode inventar nada. Tudo é de verdade. Se errar será tarde. Não haverá conserto, apenas a possibilidade de desculpas rápidas pra prosseguir a caminhada. É tudo muito urgente. É tudo muito quente, não pode segurar demais. Tem que se largar pra não queimar as mãos, mas é preciso sentir a “quenteza”, como fala alguém que amo. Tudo que acontece tem que entrar no coração e ser processado como experiência capaz de promover saltos cada vez mais altos, vôos que alcancem o próprio céu, mesmo que para isso tenha que se atravessar o inferno.
Não me espere. Sua espera me cansa, me angustia, me aprisiona num desejo que não me pertence. Não chego depois de. Não tenho mais hora pra ninguém a não ser pra mestra vida. Os ponteiros parados não param o tempo e andando não diminuem o que precisa ser longo. É tudo próprio, é tudo único, é tudo singular pra se inserir nessa pluralidade de expectativas. Já não fico e já não vou. Sou e vivo e me sigo, mas não me sigo cegamente. A vida vê mais que eu. A vida anda com pernas que alcançam o céu de Deus e não o meu pequeno céu. Estou saindo do sonho de Alice. Mas cá fora não há um manual de instruções. Tenho de volta o meu coração pra me guiar e já não tenho medo dos gritos das várias rainhas que querem cortar a minha cabeça. Minha cabeça voa sozinha. Já consigo perdê-la sem me desesperar para dar voz e vez ao coração. Tudo isso é um amontoado de palavras sem sentido pra quem ler, mas eu sei o quero dizer. Não se preocupe se não entender. É assim. Cada um tem a sua própria lógica.

2.9.10

Eu e o Tempo


Parece pouco... Experimento apenas agora certas sensações... Sentar ao computador ouvindo uma música que me embala a alma e respirar o meu ar...! Simplesmente isso! Tudo isso! Parece pouco, mas meu tempo não me pertencia quando era meu. Meu tempo corria duas vezes, já que o tempo sempre corre, mas corria para outros tempos e espaços que eu julgava ter prioridade na minha preferência de uso. Agora desfruto do prazer de escolhas básicas que as pessoas mais normais fizeram na adolescência e, talvez por isso, ando tendo espinhas no rosto. Outro dia alguém sinalizou e respondi:- É a adolescência. Sorri por dentro, sabendo que coisas novas aconteciam com minha alma que refletiam no meu corpo. Meu tempo, que é de Deus, é, quando ele me permite, também meu. E acredito que ele anda gostando das minhas intervenções e tem me dado a sensação de que ainda me resta muito tempo para ser feliz, ir viver o que ficou preso na garrafa da minha vida. Agora tenho tentado exercitar fazer os pedidos ao deus-tempo e parece-me que o ouço responder:- Seu desejo é uma ordem! Tenho me ordenado a fazer a minha vontade e, graças ao esforço e compromisso com o meu crescimento interno, minhas vontades não agridem a ninguém nem causam desequilíbrio ao meio-ambiente.
Dizem os sábios que o tempo cura todas as dores, mas é necessário que aceitemos a sua atuação, que confiemos nos seus remédios, às vezes tão amargos e o deixemos fazer o seu trabalho. Como as estações. Temos as nossas estações e, algumas vezes prolongamos nossos invernos. Baixamos a temperatura a graus insuportáveis para que façam campanha para nos dar abrigo de um frio que nós mesmos criamos e do qual devemos ser o abrigo que protege. O tempo muda, mas o nosso coração estabelece outro tempo todo próprio e, muitas vezes, quando a natureza se mostra exuberantemente vestida de flores ele só enxerga o cinza que o encobre. O coração é um relógio sem ponteiros. Suas batidas podem evidenciar que um corpo vive, mas se a alma chora o coração se recolhe como morto e o corpo pesa.
Parece pouco... mas meu tempo tem passado de uma forma melhor. Tenho observado mais as estações e isso tem feito diferença em minha vida. Quando estamos alheios a tudo, perdidos em nós mesmos, em nossas questões internas é como se tomássemos uma rasteira do tempo. Quando, porém pegamos nosso tempo nas mãos vamos conduzindo-o com os nossos movimentos ritmados com os ponteiros e, às vezes, chego a ter a impressão que ele dorme um pouco para que algo que desejo aconteça a tempo de não se perder.
Dou as mãos ao tempo e até consigo enxergá-lo tão bonito quanto o Caetano o descreve em sua música. Desde que senti minha alma mais livre que tenho tido a coragem de olhar pra o tempo e acreditar que ele é mesmo o bálsamo para todas as dores que queremos curar, pois nos permite a sobreposição de imagens que modificam magicamente todo o cenário da vida. Perco tempo a falar do tempo. Ganho tempo com isso. Parece pouco, né? Mas é tanto que nem sinto o tempo passar!

11.8.10

O que eu não consigo


Tento falar de ti, mas não consigo
As palavras ficam presas no nó da garganta
Na dor que agiganta a saudade que sinto
De você anjo-menino
Que se foi para as estrelas.

22.7.10

Tesouros da Alma


Que da vida quase nada se leva
Já é sabido.
Mas o que de verdade se carrega
É o sentido
Aqui, lá, em qualquer lugar...
Porque a alma se carrega ao longo da existência
E registra toda luz alcançada na vida.
Por isso os pequenos gestos se eternizam,
Quando carregados de cuidados e ternura.
Dura uma eternidade a palavra pura,
A doçura da voz,
Um olhar de aconchego...
Na caixa de jóias da alma
Mora a calma de um terno sorriso;
O abraço, o silêncio
Naquela hora exata.
Mora nessa caixa
O cotidiano cuidado
Livre de exigências,
Mas em decorrência do amor;
Do aceitar sem condições
O que o outro é
Sem exigir qualquer condição
Pra diferente ser.

Mora na alma
A profundidade da compreensão
Que da vida se leva as conquistas imateriais;
Que cada ato do outro que machuca
È o esforço desse outro em compreender-se na vida
De compreender-se em si mesmo.
São várias setas lançadas no escuro
Pra atingir o alvo
Que é o próprio Eu.
Que da vida nada se leva
Já é sabido
Possamos, portanto largar os nossos mortos
E nos comprometermos com o que em nós
Sempre será vivo.

11.7.10

Estação de mim



Chego agora assim como quem sou.
Depois de longo tempo presa a ilusões de que devia ser um pouco menos,
Um pouco mais, um pouco menor,
Um pouco maior...
Chego agora com o meu peso, meu tamanho,
Minha largura
Minha estreiteza...
Mas com certeza estou maior
Agora que caibo em mim mesma.
E aceito essa certeza de que não posso ser mais ninguém
Além de eu mesma.
E olhando-me assim de perto
Vendo minhas inundações e meus desertos
Lamento ás vezes ter andado tanto pra lugar nenhum
Já que os caminhos não eram meus
Mas me aplaudo por chegar
A tempo de caminhar o meu caminho.
Sei que vou um pouco mais cansada do que poderia
Tenho menos estrada (?)...
Talvez sim, talvez não...
Mas tenho as minhas razões pra continuar.
Os gritos dos outros já não me assustam mais.
As assombrações sumiram do tanto que já rezei pela vida a fora.
As censuras transbordaram e escorreram nesse tempo todo em que tentei ser agradável, aceitável, adequada...
Chego agora assim como quem sou, e olho com desdém pra quem me estranha.
Não desconfia dessa grande descoberta que tardiamente fiz.
De que não preciso provar nada,
Não preciso estar certa,
Não preciso agradar a ninguém.
Só e apenas existir como sou.
Respiro agora o meu ar.
Converso com Deus sem hora marcada e sem pressa.
Cheguei ao meu porto e agora parto de mim pro mundo.
O meu profundo subiu à superfície
E já não existe a possibilidade de não ser.
Sou tudo o que sou e o que tenho.
Agora posso do meu jeito
Contemplar a eternidade.

26.6.10

Cerimoniosa


Pedirei licença ao chegar mais perto
Tocarei de leve
Pra que seja terno o meu tocar.
Falarei mais baixo
Lenta e pausadamente
Pra que me faça entender
E possa te escutar.
Terei reservas, sem frescuras.
Espaços livres pra manter os laços
Laços leves pra criar espaços.
Chegarei de leve
Sairei em breve
Cerimoniosa
Pra manter a prosa
Pra manter a vida harmoniosa
Com encantos e cantos de cada um
Pra que sejamos sempre novos
Desejosos um do outro
Com nossos mistérios
Com nossos segredos
Percebidos pela sutileza dos olhos
E dos gestos...
Dessa forma estaremos, cerimoniosamente,
sempre perto.

15.6.10

Perdida



Você não sabe o que rola num coração.

Não sabe não...

Será que por isso merece perdão?

De onde vêm os sonhos, você sabe?

De muito longe...

Um dia era a própria vida da gente,

Mas depois, com o tempo,

E com as dores,

Os empurramos pra bem distante de nós.

Amarramos o coração sem querer

E quando percebemos

Precisamos de um grande esforço

Pra fazê-lo renascer.

Não lhe cobro a dor do meu esforço

Nem a dor de percebê-lo em vão.

Você não notou que seu coração batia mais forte?

Nenhuma energia a mais percebida nos seus dias?

Trouxe os meus sonhos de longe...

Acalmei meu coração, cantei uma canção de ninar e ele dormiu tranqüilo...

Ao seu lado... Dormi tranqüila.

Passei a ouvir mais batidas no meu peito...

Meu coração com defeito? Seria?

Não... Não cobro você notar.

Não cobro nada...

Não há palavras nem preço pra traduzir o caminho que fiz para encontrá-lo.

Não cobro nada...

Só que me deixe chorar.

8.6.10

CALA A BOCA JÁ MORREU!


Das minhas dores sei eu!

Cala boca já morreu faz tempo!

Quem não gosta da língua que se dane!

Da palavra tenho fome,

Me exercito, me divirto,

Procurando nomes

Pra o que não conheço.

Reconheço os silêncios de quem não acha os verbos;

São diferentes daqueles que substituem palavras.

A língua bate ou acalma e por dentro sangra.

É através dela que me domo, me defino, me angustio

Quando tudo some.

Às vezes não há nomes que caibam na sensação que tenho

Ordenho a linguagem pra ver se escorre o que se esconde

E se mostra em meu sentir sem nome.

As minhas dores se acalmam quando lhes acolho em definições

Sentem-se batizadas, protegidas e aceitas.

A minha boca se exercita no que digo

E sigo torneando-a de sinônimos e apelidos que invento.

Cala boca se perdeu no vento.

Na palavra tenho o antídoto pra o veneno

Do ignorante silêncio

E da palavra morta.

Quem manda na minha boca sou eu!

Quem não gosta do que digo

Que bata em outra porta.