24.1.11

Cá comigo


Deixe-me aqui.
Quero ficar comigo!
Há tanto não consigo isso
Entretida com vidas que me cercam.
Mas agora já é hora de ficar comigo,
Esquecer das horas, distraída com meus sonhos
Minhas pequenas besteiras
Minhas viagens de cabeça.
Deixe-me aqui um pouquinho...
Não quero testemunhar nada agora.
Não quero sair de mim.
Quero ficar de fora da roda,
Quero ficar fora de moda pra ver o meu próprio estilo.
Deixe-me assim perdida em mim por um momento.
Preciso desse papo sem hora pra acabar.
Depois eu vou voltar mais completa
Com a alma mais inteira para partilhar.

19.1.11

Sem endereço



A jóia ofertada

Foi embrulhada

No papel mais bonito que achei.

Foi tudo com brilho

O verso

O estribilho

O som refinado

O tom definido.

Mesmo assim

Desviou do caminho

Extraviou do destino

O meu desatino

De amor infinito.

Meu verso

Minha prosa

O cheiro de rosas

O toque na porta

E alguma resposta

Que não vem...

19/01/11

4.1.11

Feliz Construção!!!


O que é novo? O que é velho? Aqui me pergunto a analisar os nossos votos de que tenhamos todos um Ano Novo acompanhado de tudo que consideramos benéfico para nós. A resposta me veio clareando ao longo dos anos, com a educação da alma, a percepção mais aguçada de que o novo se constrói dentro de nós e não nos é entregue de bandeja nesse tempo cronológico que criamos, que “fatiamos” para que nos tornasse mais confortável a vida, as rotinas, os recomeços...Ilusão desfeita de que nada me cairá do céu se eu mesma não construir o meu próprio céu interior que me permita fazer contato com a divindade que me habita, resta-me arregaçar as mangas e ir atrás das minhas estrelas, meu sol, minha lua, meu dia e minha noite.
Não posso comprar o meu Novo Ano, nem pedi-lo emprestado, nem exigir que o tornem melhor do que o foi 2010. Posso fazê-lo com muita coragem de enterrar meus mortos, espanar minhas poeiras, afastar minhas traças, aranhas e todos os bichos que compõem o meu cenário. É possível que eu tenha crises alérgicas, tosses, dores nas costas, mas a única varinha mágica que possuo para transformá-lo é o esforço do movimento.E para quem ficou parado muito tempo, o primeiro dia de malhação causa certo desconforto, mas a continuidade torna o corpo mais ágil, produz endorfina e melhora o desempenho na vida em todos os aspectos. Como disse Hermann Hesse “quem quiser nascer tem que destruir um mundo”. Só assim o novo mundo poderá se apresentar.
E aí? Vamos encarar a construção do nosso Ano Novo e fazê-lo ser muito feliz?
Acho que a gente se deve isso.