17.7.06

Dentro de mim

Portas fechadas. Guardo-me agora do que vem de fora. Nada me alcança. Olhos fechados, alma acordada pra tudo o que é meu. Preencho-me de singularidades como quem armazena alimentos pra uma longa temporada de seca, de escassez. Entretanto sei que tudo é imagem ilusória; tudo é passagem diante do salto que me lança ao meu destino. Mas por um desatino humano acredito que sofro, acredito que morro, que chegou o fim. Troco de casca e, enquanto não posso exibir uma pele mais diáfana, sinto-me esquisita, sem definições como uma adolescente. A receita é clara, simples e, aparentemente fácil: fechar os olhos, respirar, me entregar à mudança e deixar o grande mágico agir sem que eu interfira. Não sei quanto tempo levará. Não sei o que virá, mas com certeza será mais leve, será mais limpo. Menos uma casca, mais uma parte de uma verdade que se chama EU.

Nenhum comentário: