18.8.06

EU VOU PRA CHUVA!


Não, não e não! Recuso-me a pensar a felicidade como navios no porto, portas devidamente fechadas para proteger-me de ladrões, vidros suspensos, apartamentos imensos, geladeiras e armários cheios de...nada!
Se o preço é correr o risco de perder o norte, confiar na sorte, se expor à morte, às chuvas, ao relento e à fome, eu corro esse risco. Viver só cabe num espaço infinito, sem condições e abrigos imaginários que roubam a alma em troca de...segurança!!!
Segurança de quê? A nossa alma sabe que não viemos aqui para buscarmos a segurança das paredes, do dinheiro, da comida...A nossa fome é outra! O buraco é mais em cima: é no coração!
Precisamos aprender a amar, primeiro a nós mesmos, depois aos outros. A ordem invertida altera o produto. Aí a gente se confunde e sai se enchendo de "seguranças", e se amarra de tal forma que não consegue caminhar, muito menos dançar com a vida. Fica se dizendo, e aos outros, que precisa disso e daquilo pra ser feliz. Nos colocamos como bichinhos sendo alimentados pelo dono, abanando o rabinho de satisfação por encher a barriga(com a dita segurança) a custa de uma alma vazia.
Não, não e não!Não negocio a minha vida, não negocio a minha alma, não negocio com os meus sentimentos! E que faltem as paredes, e que falte o teto, e que falte os abrigos, a comida...!
Não pode faltar alegria, partilha, amor! Se o preço da segurança for a vida, como eu a concebo... Porra! Eu vou pra chuva!

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