15.8.06

Deixar ir...

A natureza é mestra em nos ensinar que pra tudo existe um ciclo a ser cumprido. Em todos eles nascimento e morte caminham lado a lado como velhos amigos que se amparam para que possam dar o passo seguinte. Onde o começo? Onde o fim? Tudo tão perto que choro e riso se confundem no momento em que a escuridão se despede e nasce um novo dia. Como nascer sem antes morrer?
Todas as estações são marcadas por perdas e ganhos. É o preço da evolução, da transmutação de energias, do nascer de uma nova vida. Cada despedida abre uma nova porta de passagem para o que chegará. E o que chegará? É preciso deixar sair pra poder enxergar. Entretanto, somos aprendizes preguiçosos pra entender que "é preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso chuva para florir..." É preciso deixar ir...soltar-se, desapegar-se, permitir "morrer pra germinar; plantar n'algum lugar, rescussitar do chão..."
Aceitar a morte é também dizer sim à vida. Se assim não for há de se carregar um peso morto nas costas, suportar tristezas e ilusões que atrasam a caminhada.
O vento e as tempestades fazem parte da natureza tanto quanto o sol. É preciso deixar ir, mesmo com dor. Aceitar que um ciclo se fechou, e que cada estação tem seu aprendizado, e cada uma delas tem sua beleza e sua função.
Estou deixando ir com a certeza de que a primavera está próxima e em breve o meu coração irá florir.

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