12.10.06

Luz!


Do abismo infindável surge a ponte. Assim...como se fosse do nada. Mas é do tudo que há em mim e desconheço. Ainda não conheço toda a geografia que guardo. Do sonho ao despertar são ruas e ruas sem fim; são países diferentes de idiomas distintos que me obrigam a aprender-me incessantemente.

Hoje caminho por uma rua (de mim mesma) calma, segura e iluminada. depois de ter atravessado uma noite escura que não apresentava saídas, onde tudo era escuridão sem lua e estrelas. Coração aos saltos, eu tateava o nada em busca de um milagre. O milagre estava em mim. Apertei o interruptor e a luz se acendeu. Eu saí da noite para a luz e, às vezes, não acesso como isso acontece. Qual o mecanismo que me faz emergir das profundezas da dor para a superfície da esperança? Fico querendo me apropriar dessa "técnica" pra sofrer menos de uma próxima vez. Entretanto, cada vez que isso acontece não é igual à anterior e tenho que me confrontar com o que de mim me é desconhecido; o desconhecido que me tira do controle por não me deixar pistas.

É assim que vou me perseguindo, ou me seguindo, me descobrindo, me caçando. Às vezes gosto; outras não.

Não existem mapas para a alma humana. Ou é um mapa em movimento constante, acrescentando incessantemente estradas, atalhos, desvios...e encontros e desencontros. Sou o meu livro e o meu leitor. Sou a autora dessa história criada por Deus e por mim. Mas Deus não me conta os capítulos que escreve. Ou me conta e eu não entendo! Não sei. Vai ver que a vida é pautada nessa tradução dessa linguagem única e divina. Vou dormir com o sol na cabeça, e nuvens, e céu...Luz, enfim!

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