
Há dias em que quero colo. Há outros em que não há o que possa me abrigar do frio e da dor da existência. Tenho que descobrir-me colo protetor de mim, acolher-me e acalmar-me das ansiedades do viver. Minhas questões a mim pertencem e ninguém as tem que entender. Não há quem me complete. As pessoas não são pedaços que me faltam. São completas em si mesmas, com suas peças de quebra cabeças dançando em torno delas com a música da teia da vida, construída por cada uma ao seu próprio modo. Deixei também de ser pedaço; na verdade, de me portar como tal, já que não o sou verdadeiramente. Não sou um pedaço que falta em alguém. Não ocupo esse lugar na existência. Ocupo o meu lugar e sou inteira. Pulo, danço e brigo para alcançar as peças do meu quebra cabeça.
Mas há dias em que eu quero um olhar que me reconheça e que eu reconheça. Um silêncio cúmplice de quem caminha sabendo da complexidade simples desse caminhar. Uma sensação divina a contornar o humano cotidiano. Uma percepção amorosa do exercício sagrado de viver.
********************************************
Mais uma vez agradeço as visitas e o carinho, desejando a todos os amigos que a paz e a alegria permeiem sempre as suas vidas. Estou sem net em casa, por enquanto, e, por isso o tempo para visitá-los se tornou difícil, mas o coração continua conectado. Grande abraço. Aparecerei sempre que puder.