Das minhas dores sei eu!
Cala boca já morreu faz tempo!
Quem não gosta da língua que se dane!
Da palavra tenho fome,
Me exercito, me divirto,
Procurando nomes
Pra o que não conheço.
Reconheço os silêncios de quem não acha os verbos;
São diferentes daqueles que substituem palavras.
A língua bate ou acalma e por dentro sangra.
É através dela que me domo, me defino, me angustio
Quando tudo some.
Às vezes não há nomes que caibam na sensação que tenho
Ordenho a linguagem pra ver se escorre o que se esconde
E se mostra em meu sentir sem nome.
As minhas dores se acalmam quando lhes acolho em definições
Sentem-se batizadas, protegidas e aceitas.
A minha boca se exercita no que digo
E sigo torneando-a de sinônimos e apelidos que invento.
Cala boca se perdeu no vento.
Na palavra tenho o antídoto pra o veneno
Do ignorante silêncio
E da palavra morta.
Quem manda na minha boca sou eu!
Quem não gosta do que digo
Que bata em outra porta.
6 comentários:
Acho que conheço o cala boca...e de fato, cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu! rsrs
MUito bom texto!
Beijos
tania
Gostei muito, principalmente por me lembrar da infância... eu dizia logo isso. Beijos. Parabéns
Muito , muito bom, criativo e original. Amei
Bjs
Voltei,Rita. Sobre você copiar o texto, claro que pode,fico honrado. E que faça bom uso. Pra quê serve a poesia senão para tocar o coração das pessoas? Beijos
Linda e ousada sua poesia querida.
Tens uma maneira muito sua de dizer em versos de seu "EU". Adorei e me encantei amiga.
Beijos de luz e carinho; Goretti
Rita, amei a poesia que há dentro de você.
Quanto a calar a boca,... nossa!, já me sugeriram de todas as formas que eu me calasse!... Venho experimentando isto ao longo da vida. Mas, compreendo a liberdade de expressão não apenas como um direito, mas como um dever, principalmente, de quem tem olhos de ver.
Bjs, obrigada por seguir-me. E inté!
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